Não me quero repetir, mas é mesmo isto, e eu, com a minha forma desajeitada de escrever nunca o expressaria melhor do que a MRP neste excerto.

"Não, o teu amor por mim, volto a dizê-lo, não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha feita com a leveza e a frontalidade com que fazes tudo na vida. Por isso te foi tão linear - e repara não escrevo a palavra facil- escolher outro caminho.

Mas não foi assim para mim. Entraste a duzentos á hora na minha vida, e quando te vi pela primeira vez a passar a porta da minha casa... deixei-me levar por essa inevitabilidade, submetendo-me a tudo o que depois se seguiu, e chamando-lhe amor. Um amor total gratuito, despojado com o corpo, a cabeça e o coração todos enterrados lá dentro. Um amor quase visceral, tão certo e evidente que nem por um instante, a partir do momento em que me afastaste - ... - o cabelo da cara com a mão e me começaste a amar, duvidei que estava ali a certeza, o sabor, a essência do amor.

... Saboreava os teus regressos como momentos eternos e irrepetíveis - e percebi que tinha descoberto a essência do amor.
Hoje, apetece-me pensar que me enganei, que nunca me amaste, e que, em vez disso, andaste a brincar, ainda que de uma forma séria."

MRP

A diferença é que não apenas " me apetece pensar" como tenho a certeza, nunca me amaste e andaste a brincar nem sei se de forma séria ou se de forma totalmente inconsciente.
Não será, com certeza, credível aos olhos de ninguém, de tantas vezes já o ter dito, se repetir que está completamente encerrado este capítulo.

Mas está mesmo. Foste das melhores e das piores coisas que me aconteceram. Mas já passou e de momento só peço, não me apareças á frente. E não tentes voltar porque eu já não vou estar á tua espera.

Porque eu M, tenho á minha espera, uma Primavera cheia de sol e novos projectos. Tenho gente nova na minha vida, tenho um Verão a bater á porta cheio de amigos, de calor, de praia, de sorrisos e gargalhadas. Tenho festas para aproveitar, tenho muitas músicas para dançar. Tenho sonhos para concretizar. E sabes o que tenho também? Tenho muitos beijos para dar, muitas noites para adormecer nos braços de alguém, de alguém sem estrelas no tecto mas com muito amor para me dar.