"Sentes que um tempo acabou
Primavera de flor adormecida,
Qualquer coisa que não volta que voou,
Que foi um rio, um mar, na tua vida.
E levas em ti guardado
O choro de uma balada"
Se existem defeitos que nos complicam a vida, este é um deles, tenho uma grande dificuldade em me despedir das pessoas, dos lugares, das coisas. Vou adiando, adiando, até se tornar dolorosamente inevitável.
"Sabes que o desenho do adeus
é fogo que nos queima devagar
e no lento cerrar dos olhos teus
fica a esperança de um dia aqui voltar."
Depois de muito tempo voltei, pareceu-me estar em casa sem estar, como disse o M. já não existe a "mistica". Sabes M. essa "mistica" foi nossa, criámo-la, vivêmo-la como ninguém, semeámo-la mas não voltou a dar flor.
Voltar fez-me perceber, que aquele já não é o mesmo lugar, é o mesmo espaço físico, que me traz lebranças a mais, mas não é o mesmo lugar. Falta-lhe a agitação, o entusiasmo, as pessoas, o tal "je ne c'est quoi". Não é aquele o lugar do qual eu tenho saudade, o lugar de há quatro anos atrás, o lugar onde realmente se respirava a tal "mistica".
Mesmo assim é duro o adeus, porque estar lá naquele espaço físico, faz-me reviver tudo e todos, e foi mesmo bom encontrar o Z. e o M. fez mais real a minha fantasia de estar naquele lugar outra vez.
É duro de mais saber que acabou, passados os 6 meses de veterania após o final do curso, olho para todo o lado e não tenho mais como adiar a despedida final. A partir de agora o que vou ser, nada? Fui bicho, fui caloira, fui pastrana, fui Doutora, fui Veterana, e agora nada?
Vou aprender a ser nada,mas este é um nada cheio de coisas.
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