18 de março de 2009

Capa negra de saudade...


"Sentes que um tempo acabou
Primavera de flor adormecida,
Qualquer coisa que não volta que voou,
Que foi um rio, um mar, na tua vida.
E levas em ti guardado
O choro de uma balada"


Se existem defeitos que nos complicam a vida, este é um deles, tenho uma grande dificuldade em me despedir das pessoas, dos lugares, das coisas. Vou adiando, adiando, até se tornar dolorosamente inevitável.


"Sabes que o desenho do adeus
é fogo que nos queima devagar
e no lento cerrar dos olhos teus
fica a esperança de um dia aqui voltar."


Depois de muito tempo voltei, pareceu-me estar em casa sem estar, como disse o M. já não existe a "mistica". Sabes M. essa "mistica" foi nossa, criámo-la, vivêmo-la como ninguém, semeámo-la mas não voltou a dar flor.

Voltar fez-me perceber, que aquele já não é o mesmo lugar, é o mesmo espaço físico, que me traz lebranças a mais, mas não é o mesmo lugar. Falta-lhe a agitação, o entusiasmo, as pessoas, o tal "je ne c'est quoi". Não é aquele o lugar do qual eu tenho saudade, o lugar de há quatro anos atrás, o lugar onde realmente se respirava a tal "mistica".

Mesmo assim é duro o adeus, porque estar lá naquele espaço físico, faz-me reviver tudo e todos, e foi mesmo bom encontrar o Z. e o M. fez mais real a minha fantasia de estar naquele lugar outra vez.

É duro de mais saber que acabou, passados os 6 meses de veterania após o final do curso, olho para todo o lado e não tenho mais como adiar a despedida final. A partir de agora o que vou ser, nada? Fui bicho, fui caloira, fui pastrana, fui Doutora, fui Veterana, e agora nada?

Vou aprender a ser nada,mas este é um nada cheio de coisas.

Sem comentários: